Em 16 de abril de 2020, 99 participantes se conectaram ao seminário temático on-line MSPglobal sobre “Mapeamento participativo como uma solução criativa para o planeamento espacial marinho (PEM)”.
O evento, destinado à comunidade de PEM que fala português, foi uma oportunidade de compartilhar experiências sobre PEM e mapeamento participativo, facilitar a discussão sobre o tema e identificar desafios e possíveis soluções.
Michele Quesada da Silva, coordenadora do caso piloto da Iniciativa MSPglobal no Pacífico Sudeste e membro do Grupo de Especialistas MSPglobal, iniciou o seminário com uma apresentação sobre a participação das partes interessadas ao longo do processo de PEM. Ela destacou que o mapeamento participativo é um meio de complementar as informações científicas existentes e os bancos de dados oficiais com o conhecimento dos diferentes atores, a fim de mapear as condições atuais e criar cenários futuros.
Duas palestrantes, Helena Calado (de Portugal) e Dannieli Firme Herbst (do Brasil), apresentaram as experiências dos projetos “Macaronesian Maritime Spatial Planning – MarSP” e “Babitonga Ativa”, respectivamente. Algumas das principais mensagens compartilhadas por elas foram:
- Seja transparente com as partes interessadas sobre os objetivos da iniciativa de PEM em questão;
- Estruture a participação das partes interessadas e solicite feedback sobre o processo de engajamento;
- Os resultados dos projetos de PEM podem ser a base das discussões governamentais sobre o desenvolvimento e a implementação do processo oficial de PEM, sendo a implementação um dos passos mais desafiadores do processo;
- Os projetos de PEM são uma maneira de aumentar a disposição das partes interessadas em se envolverem nos processos de PEM;
- Algumas das principais habilidades que uma equipe de PEM precisa ter são: análise de dados; habilidades sociais para envolver as partes interessadas; e análise econômica dos trade-offs (embora, para esta última, uma das palestrantes tenha reconhecido que era difícil encontrar profissionais qualificados).
Compartilhar essas experiências bem-sucedidas de ambos os países deu aos participantes uma melhor compreensão das ferramentas e metodologias participativas – com seus prós e contras – e uma compreensão mais geral sobre o envolvimento das partes interessadas e seus benefícios. Esse novo conhecimento será útil se eles se encontrarem em uma situação em que a falta de dados está impedindo o processo de PEM.
O seminário on-line garantiu um envolvimento ativo do público durante toda a sessão através de votações e perguntas usando uma plataforma digital. Além disso, uma sessão de discussão de quarenta minutos permitiu, em tempo real, que os participantes fizessem perguntas mais direcionadas às especialistas convidadas.
Entre quase 30 perguntas, o público estava interessado principalmente em saber como validar os dados obtidos durante o mapeamento participativo, e quais eram os desafios para desenvolver análises de trade-off entre as atividades humanas.
Enquanto a maioria do público conectado era do Brasil e de Portugal, outros em Cabo Verde, Colômbia, Espanha, Itália, Tunísia, Alemanha, Noruega, Reino Unido e Uruguai também participaram.
A próxima atividade on-line MSPglobal (bilíngue espanhol / português) será realizada no dia 22 de abril e abordará “Gênero & Políticas Marinhas”.
DOCUMENTOS:
Mapeamento participativo como uma solução criativa para o PEM
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CONTATO:
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